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Artigo de Allan Marques: Valorização da vida: qual o papel da família?

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Por Allan Marques

Afirmou o filósofo Sêneca, um dos expoentes intelectuais do início da Era Cristã, que “a vida, se bem empregada, é suficientemente longa e nos foi dada com muita generosidade para a realização de importantes tarefas”, tendo ele também enunciado que a existência se prolonga por um largo período para o que sabe dela usufruir¹.

Refletir sobre a vida e seu valor é sempre um grande desafio para nós, Espíritos ainda pouco amadurecidos. Com a Doutrina Espírita entendemos que a vida é perene, pois jamais se extingue. Estaremos sempre vivos, na matéria ou além dela, na busca incessante por melhoria e aprendizado, vivenciando as diversas existências/experiências necessárias ao nosso progresso rumo à luz!

Mesmo sabendo da perenidade desse bem precioso que é a vida, percebemos que, numa época tão conturbada como a atual, faz-se urgente a busca pelo sentido de viver, especialmente ligado a um corpo físico. Números elevados de irmãos que têm recorrido à proposta equivocada do suicídio chamam a atenção para o fato de que milhares de reencarnados na Terra ainda não se deram conta do seu papel neste planeta.

De acordo com o Espírito Benedita Maria, pela mediunidade de Raul Teixeira (Todos precisam de paz na alma), o tempo de vivência terrestre pede sempre que lhe demos um sentido útil, que procuremos saber qual é a razão de fazermos o que fazemos e de ser como somos, pois não há nenhum significado passarmos tanto tempo pelas experiências do corpo biológico (…) sem que tenhamos consciência de sua razão.

O desgosto da vida, tão presente em pessoas das mais diversas idades e que leva multidões a encerrarem prematuramente suas existências, levou Allan Kardec a indagar na questão 943 de O Livro dos Espíritos de onde viria esse desgosto que se apodera de certos indivíduos sem motivos que o justifiquem, tendo sido elucidado da seguinte forma: efeito da ociosidade, da falta de fé e, muitas vezes, da saciedade.

Pois bem, é a partir dessa resposta dos Imortais a Kardec e do entendimento de que cada minuto é importante para o filho de Deus, que vislumbramos a instituição familiar atuando diretamente no sentido da valorização da vida, estimulando em seus membros a confiança em Deus e o ideal do trabalho no bem.

Inclusive, o Espírito André Luiz, em Agenda Cristã, psicografia do inesquecível Chico Xavier, orienta-nos assim: “Busque agir para o bem, enquanto você dispõe de tempo. É perigoso guardar uma cabeça cheia de sonhos, com as mãos desocupadas”. Recado bem objetivo de um irmão que fala com propriedade, já que retornou ao plano espiritual na condição de suicida indireto, conforme se observa em Nosso Lar.

As famílias terrenas precisam estar atentas para bem orientar os que atravessam a existência carnal repletos de dúvidas ou com tendência a desistir dos embates próprios da jornada na matéria, já que por mais difícil que seja a experiência, ela sempre será compatível com a nossa capacidade de lidar – não sem esforço, sofrimento e eventual sacrifício – com o que aparece pela frente (André Trigueiro, em Viver é a melhor opção).

Nunca é demais lembrar que também contamos com o auxílio inestimável de amigos espirituais queridos. Segundo Richard Simonetti, os benfeitores atuam por intermédio de pessoas ligadas ao candidato ao suicídio (imaginemos nessa hora a importância de um familiar por perto!). Um simples contato, uma palavra, um gesto de solidariedade, podem demovê-lo de seu intento, mudando suas disposições e abrindo campo para uma ajuda mais efetiva da Espiritualidade (Suicídio: tudo o que você precisa saber).

Vida: oportunidades, desafios, soluções e crescimento! Conforme orienta Joanna de Ângelis, em Fonte de Luz, sempre há oportunidade, quando se deseja crescer e desenvolver os valores latentes. Recordemos o Mestre Jesus, que nos informou ser vida, e vida em abundância. Abramo-nos ao divino terapeuta, recorrendo à sua ajuda nos momentos difíceis, e sigamos confiantes, auxiliando-nos mutuamente, como irmãos que vivem alegres pensando no Bem!

1 – Sobre a brevidade da vida (Sêneca)

O AUTOR

Secretário  e  Coordenador da Área da Família da FEMAR. Trabalhador da área de Estudo. Vice-presidente do Centro Espírita Luz, Caridade e Amor, em São Luís-MA, onde colabora nas áreas de Estudo, DIJ e Comunicação. Expositor espírita. É coordenador Adjunto da Área da Família da Comissão Regional Nordeste (CFN/FEB).

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