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Paternidade, família e o homem da Nova Era

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Por Allan Marques*

Pela psicografia esclarecedora de Chico Xavier, o Espírito André Luiz, conhecido como “repórter do além”, traz no último capítulo da obra “Nos domínios da mediunidade” uma fala profunda do instrutor Áulus que nos diz: “A paternidade e a maternidade, dignamente vividas no mundo, constituem sacerdócio dos mais altos para o Espírito reencarnado na Terra, pois, por meio delas, a regeneração e o progresso se efetuam com segurança e clareza”.

Refletir sobre o papel do homem-pai neste planeta é tarefa que se faz necessária e urgente, tendo em vista o atual cenário que nos convida à renovação e preparação interior para a Nova Era do Amor e da Bondade que já desponta para “os que têm olhos de ver”.

A temática, que não é recente, ganha novos contornos num momento em que as famílias analisam com mais lucidez o papel de cada membro nesse agrupamento de almas comprometidas umas com as outras. O homem de nossos tempos já se permite perceber que sua função não é meramente “provedora”, mas que, assim como a mãe, compete a ele, o pai da Era Nova, considerar o valor de cada Espírito reencarnado sob seus cuidados, investindo na amorosidade para que a criatura se perceba valorosa, ampliando seus horizontes na estrada da evolução.

Em sua “Carta aos Pais”, capítulo 30, do livro Vereda Familiar, a exemplar Thereza de Brito, dirigindo-se carinhosamente aos genitores masculinos, afirma que eles “podem e necessitam” participar do luminoso esforço que é o de conduzir ao Criador as almas que lhes foram apresentadas na função de filhos. Acrescenta ainda a nobre trabalhadora do Bem que não se podem esquecer os pais de que suas orientações, palavras e ensinos ruirão por terra se apenas quiserem ensinar sem viver nobremente os ensinos que ministram.

Nesse sentido, alerta-nos Joanna de Ângelis, em “Constelação Familiar” que muitos pensam que, tornando-se fornecedores de recursos que mantêm o lar, já estão sacrificados em demasia para novos comprometimentos e renúncias. A verdade é que no lar somos todos convidados a uma “doação” especial: a de si mesmo! Dar do nosso tempo, da nossa alegria, da nossa disposição para ouvir o outro…é mais uma vez Thereza de Brito que leciona: Ainda que tenha coisas para dar, dê-as, mas oferte-se a eles, demonstrando que o problema não é ofertar mimos, mas esquecer que o essencial é invisível aos olhos!

Em tempos de tanta tecnologia e atrativos, a imaturidade de muitos adultos que chegam à condição de pais, conduz essas criaturas à adoção de posturas claramente infantis, tentando manter os mesmos padrões de comportamento e hábitos de antes da constituição da família. Não conseguem exercitar a renúncia pessoal e perdem oportunidades valiosas de crescimento e convívio saudável com o “próximo mais próximo”.

Interessante que os Espíritos Superiores, em resposta à questão 895 de O Livro dos Espíritos, já comentavam sobre nossa dificuldade em renunciar, pois quando indagados por Allan Kardec qual o sinal mais característico da imperfeição, à exceção dos defeitos e vícios acerca dos quais ninguém se pode equivocar, os Instrutores da Humanidade responderem enfaticamente: o interesse pessoal. Finalizam a resposta afirmando que pelo desinteresse, o homem prova que vê o futuro de um ponto de vista mais elevado. Eis o convite a todos, especialmente àqueles que estejam na condição de pais: perceber a grandeza da vida e as estratégias utilizadas por Deus para que trabalhemos pela regeneração e aprimoramento, nosso e dos grupos que compomos.

Finalizando essas breves reflexões acerca dos deveres dos pais em relação aos filhos, nesta etapa tão delicada de nossa jornada evolutiva, relembramos novamente Joanna de Ângelis, agora na obra SOS Família, quando nos esclarece que tais deveres estão inscritos na consciência. É nela que está escrita a Lei de Deus (questão 621 de O Livro dos Espíritos) para que nenhum de nós, filhos Seus, aleguemos desconhecimento do roteiro traçado para nossa felicidade. Aos pais, portanto, fica a sugestão fraterna de um “mergulho” no oceano da consciência a fim de que a missão da paternidade possa ser valorizada e bem desempenhada pelos colaboradores do Pai Maior, que educam para a sociedade, quanto para si mesmos.

*O autor é Secretário  e  Coordenador da Área da Família da FEMAR. Trabalhador da área de Estudo. Vice-presidente do Centro Espírita Luz, Caridade e Amor, em São Luís-MA, onde colabora nas áreas de Estudo, DIJ e Comunicação. Expositor espírita.

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