Por Allan Marques
Mais um ano se inicia! Novas oportunidades, compromissos que se reafirmam, planejamentos sendo repensados…costumamos, no princípio de uma nova etapa, projetar questões referentes às perdas e lucros materiais, mas que tal avaliarmos a possibilidade de um investimento diferenciado? Vamos, então, “apostar nossas fichas” na FAMÍLIA?
A nobre benfeitora da Humanidade, o Espírito Joanna de Ângelis, na obra SOS Família, psicografada pelo médium baiano Divaldo Franco, nos informa que “a família é o grupo de Espíritos normalmente necessitados, desajustados, em compromisso inadiável para a reparação, graças à contingência reencarnatória”. Fica explícita na fala da veneranda mentora espiritual que investir no bom relacionamento familiar é uma necessidade pelo fato de termos assumido um compromisso sério com aqueles que hoje compõem o núcleo mais próximo de nossa convivência.
Ainda levando em consideração o conceito trazido por Joanna de Ângelis, percebemos que nem sempre será muito tranquila essa tarefa, já que se reúnem no mesmo agrupamento criaturas necessitadas (de tolerância, de compreensão, de afeto e de tantas outras coisas mais…) e “desajustadas” temporariamente às leis divinas, pois na condição de filhos de Deus estamos caminhando para o ajuste pleno à Lei de Amor.
Ratificando a importância dessa mobilização em favor de nós mesmos, o autor Alvaro Chrispino, no livro “Família(s): uma visão espírita sobre os novos arranjos e as velhas buscas”, fazendo referência à obra “Constelação Familiar”, também de autoria da benfeitora já citada, informa-nos que “ninguém renasce em uma consanguinidade por acaso, mas antes por necessidades imperiosas de ajustamento emocional, de renovação moral e de aquisição de experiências especiais”. Fica comprovada assim a urgência em nos movimentarmos para que o ganho real nesta encarnação se faça através dos investimentos em prol da família.
Observando a relevância do tema ora exposto, a Federação Espírita Brasileira, por meio do Conselho Federativo Nacional, instituiu, em novembro de 2016, a Área da Família, buscando a integração com as demais áreas na realização das ações pertinentes ao acolhimento, consolo, esclarecimento, conhecimento e orientação ao grupo familiar no Movimento Espírita. Proposta louvável e que merece toda a nossa atenção, a fim de que, conhecedores da informação traduzida pela 3ª Revelação, possamos agir de maneira mais eficiente na condução das questões familiares dentro e fora da Casa Espírita.
É inegável a contribuição que a Doutrina e o Movimento Espírita podem e devem prestar à sociedade no tocante às propostas de orientação à família. Fazendo-nos perceber, segundo André Luiz na Obra Missionários da Luz, que ainda perambulamos (…) fazendo alguma coisa de útil para nós e para outrem, mas, por vezes desprezamos cinquenta, sessenta, setenta por cento e, frequentemente, até mais, de nossas possibilidades enquanto encarnados, o Espiritismo nos conclama à renovação de atitudes, principalmente aquelas que dizem respeito ao nosso trato com pais, filhos, irmãos, esposos(as), etc, auxiliando-nos na tomada de decisões mais inteligentes para nosso crescimento espiritual.
A proposta lançada, de aplicação dos nossos melhores recursos em favor da família, também encontra respaldo em várias pesquisas atuais que constatam o distanciamento das pessoas que “vivem” sob um mesmo teto, mas não “convivem” por diversos motivos: agendas “lotadas” e “desencontradas”, uso inadequado dos recursos tecnológicos, dando-se preferência, muitas vezes, a relacionamentos virtuais em lugar dos que efetivamente nos fazem crescer, os “presenciais”, terceirização da educação dos filhos, dentre outros. Um quadro realmente preocupante e que nos faz refletir acerca do dever que temos de cuidarmos melhor uns dos outros.
Diante de todo o exposto, vale a pena investirmos nosso patrimônio de talentos mais nobres no lar, já que, sem sombra de dúvidas, todas essas “aplicações” de cunho moral retornarão como “lucro” para o Espírito imortal, sendo fundamental fazermos de nossos lares as oficinas onde a felicidade habita.
O autor
Secretário e Coordenador da área da Família da FEMAR. Trabalhador da área de Estudo. Vice-presidente do Centro Espírita Luz, Caridade e Amor, em São Luís-MA, onde colabora nas áreas de Estudo, DIJ e Comunicação. Expositor espírita.