O coordenador adjunto da Área da Família na Federação Espírita Brasileira (FEB), Frederico Pifano, em entrevista à FEMAR, ressalta os cinco anos de criação da Área da Família em 2021 e o trabalho coletivo do Movimento Espírita para acolher cada vez melhor pais, mães, crianças, jovens e adultos nas Casas Espíritas com o objetivo de fortalecer os laços familiares, a base do mundo de regeneração. Confira o diálogo completo, a seguir, com Frederico Pifano:
1) Qual a avaliação da FEB ao comemorar os 5 anos de criação da Área da Família ?
Frederico Pifano: Em primeiro lugar, nosso abraço afetuoso às amigas e amigos da FEMAR que têm sido absolutamente generosos conosco desde o instante em que tivemos a oportunidade de sermos apresentados.
Comemorar 5 anos é uma honra, significa que a área (AFam) já encontra mais entendimento dentro do movimento nacional e com isso mais aderência aos seus propósitos. Houve um trabalho muito grande das Federativas Estaduais e da Coordenação Nacional no sentido de sensibilizar, divulgar e esclarecer as razões para a existência da AFam. Durante o corrente ano, conseguimos perceber que o grande público, aqueles que geralmente classificamos como frequentadores, compreenderam que podem ter no movimento espírita e na casa espírita, um ponto de referência para auxiliá-los no entendimento da vida em família e da dinâmica familiar, isentos de julgamentos e preconceitos. Isso para nós é a melhor notícia! Junto a isso, o apoio e a parceria das Federativas Estaduais, como a nossa FEMAR, tem auxiliado muito na estruturação e organização da área. Assim, celebramos com alegria esse ciclo inicial de 5 anos e já vislumbramos um futuro de trabalho sereno, focado e promissor, servindo às famílias que, efetivamente, serão a base para o mundo de regeneração.
2) Qual a principal contribuição da Casa Espírita para a sociedade ao implantar a Área da Família?
Frederico Pifano: Podemos citar duas contribuições fundamentais. A primeira refere-se à visibilidade e a segunda ao acolhimento. Visibilidade significa colocar a família como assunto e interesse de alta relevância, onde entendê-la, compreendê-la e auxiliá-la passa a ser um objetivo, um foco de atenção da casa espírita. Neste sentido a implantação da área estará demonstrando à comunidade Centro Espirita, que a instituição almeja dar algum tipo de suporte ao entendimento das mais diversas questões que envolvem a vida em família. Essas questões não são simples ou de resolução automática, mas demonstram que aquele grupo/centro está disposto e comprometido com o segundo e mais relevante aspecto, o acolhimento. Por acolher deve-se compreender a proposta de tornar o Centro Espírita um espaço onde aqueles que trabalham, colaboram, e frequentam, possam percebê-lo como sendo a extensão do seu lar, com a presença dos membros da família nuclear, pois muitas vezes nos atemos às tarefas e esquecemos do convívio, do relacionamento. Assim a criação de espaços de estudo de temáticas familiares, seminários sobre o assunto, palestras abordando questões do cotidiano familiar e momentos de diálogo e convívio, dentre outras propostas, serão ações a serem realizadas de forma paulatina e serena, que irão oferecer às pessoas o acolhimento, a consolação e o esclarecimento neste espaço privilegiado de orientação, abordando nosso primeiro espaço de convivência social, a família.
3) Como cada um pode contribuir para ter uma família amparada pelas lições de Jesus?
Frederico Pifano: Ótima pergunta!
A nossa mais mais singela ferramenta, proposta pelo Mestre na residência simples, com os membros que constituíam a família do apóstolo Simão Pedro e também dos discípulos que buscavam orientação e conforto: a realização regular do Evangelho no Lar, ou como também gostam também alguns, O Culto Cristão do Evangelho no Lar. Este momento informal, mas respeitoso, leve, mas repleto de significado, é o instante que assumimos e relembramos que somos criaturas de passagem transitória pelo planeta e que no Evangelho do Cristo encontramos uma referência segura para atravessarmos os mares bravios da encarnação. Então em 15, 30 minutos em um dia da semana, reunindo aqueles com os quais compartilhamos o teto, com uma leitura oportuna das mensagens do Cristo, seguido de um comentário despretensioso, facilitando o diálogo em família – com a pergunta: como está nossa semana e o que podemos fazer para nos auxiliar mais? – e finalizando com uma prece sincera, rogando o apoio generoso dos benfeitores espirituais da família em questão, nos possibilitam a comunhão direta com o Mestre Jesus que nunca nos falta no apoio e no socorro. A constância e disciplina e o tempo, tem demonstrado a efetividade dessa prática como um convite direto de Jesus.