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Artigo de Divaldo Franco: O homem (e a mulher) de bem

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Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

Em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, Allan Kardec, no Capítulo XVII, escreveu um dos mais belos temas que conheço a respeito do homem e da mulher de bem.

Em uma análise profunda e predominantemente cristã, apresentou as características que formam estes indivíduos especiais, que devem servir de modelo para toda a Humanidade.

Asseverou o eminente codificador do Espiritismo: “O verdadeiro homem (e a mulher) de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, enfim, se fez aos outros tudo aquilo que queria que os outros fizessem por ele.” (Item 3).

Vivemos hoje um dos momentos históricos mais expressivo da evolução da sociedade terrestre, no entanto parece que estamos à véspera de um caos que pode devorar-nos a todos e às mais notáveis conquistas do pensamento e da tecnologia.

A cultura encontra-se vilipendiada pela barbárie predominante na literatura, nas artes, no comportamento…

As aberrações antes consideradas absurdas tornam-se éticas e básicas para uma existência de vacuidade, de sexo, de drogadição, de violência e de desmandos de todo gênero.

Isto, porque o ser humano, após perder o endereço de Deus, perdeu o de si mesmo.

Sem rumo enobrecido, sem princípios morais nem respeito ao próximo, avança atropelando tudo e todos na volúpia ególatra dos seus infelizes interesses.

Existem, sim, homens e mulheres de bem que mantêm as conquistas dos séculos à nossa disposição.

Eu convivi durante setenta e sete anos com um homem de bem: Nilson de Souza Pereira.

De família modesta e trabalhador por excelência, bebeu no Evangelho de Jesus, revelado pelo Espiritismo, a água lustral da verdadeira dignidade, doando a sua existência à vivência do bem em todas as suas expressões.

Portador de uma inteligência brilhante e habilidades manuais incomuns, fundou comigo a Mansão do Caminho e tornou-se um educador especial, embora sem uma cultura avantajada.

Caráter exemplar, ensinou mediante o exemplo e tornou-se um modelo de fraternidade sem jaça.

Era manso sem ser pusilânime, estoico sem exibicionismo, e caridoso, discreto e gentil.

Seus filhos espirituais e descendentes bendizem-no e buscam imitar a vida correta e disciplinada.

Sofreu com elevação, sem queixas, sem arrogância, vivendo modestamente e com simplicidade, sem qualquer tipo de exibicionismo ou relevância.

Havendo desencarnado no dia 21 de novembro, voltou ao Grande Lar abençoado pelos deveres retamente cumpridos.

Artigo publicado originalmente  no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 20 de outubro de 2021.

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