Por Allan Marques
Afirma o Espírito Marco Prisco, na obra “Renove-se”, psicografada pelo médium Divaldo Franco: “A falsa necessidade de encontrar-se em todo lugar ao mesmo tempo, de estar informado de tudo quanto acontece no mundo, sobrecarrega a mente de tragédias e desgraças que têm preferência nos noticiários e na exibição do whatsapp (…), produzindo ansiedade que se converte em instabilidade emocional”.
Parece-nos que a sociedade atual, pelo seu caráter altamente tecnológico, tem exigido de nós um ritmo alucinante que não somos capazes de acompanhar. Daí decorrem várias dificuldades percebidas nas criaturas que vivemos a fase delicada da Transição Planetária e que necessitamos de segura orientação para cumprirmos nosso papel de construtores do mundo melhor.
Nesse contexto é que entra em cena o Centro Espírita, como célula de amor e aprendizado, capaz de nos ofertar ambiente propício ao bom entendimento acerca da nossa posição atual no planeta. Na fala do Espírito Emmanuel, é templo, lar, oficina, hospital e escola que se constitui na unidade fundamental do Movimento Espírita.
É inegável que a Casa Espírita, seja ela extremamente simples ou devidamente estruturada, tem um papel importantíssimo a cumprir em época tão especial da história de nossa Humanidade. Na condição de escola de formação espiritual e moral, que trabalha à luz da Doutrina Espírita, é aquela que nos proporciona lições de amor e conhecimento, auxiliando-nos na execução da proposta do Espírito de Verdade, exarada em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo VI, O Cristo Consolador: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo”.
Ao analisarmos a configuração do mundo atual e como as instituições espíritas necessitam atuar para o fiel cumprimento de suas finalidades, não há como deixar de mencionar a trilogia proposta pelo Espírito Joanna de Ângelis – Espiritizar, Qualificar e Humanizar – na superação dos desafios vivenciados neste Terceiro Milênio.
A Casa Espírita é lugar de transformação moral do indivíduo, onde serão prestadas informações à luz da Doutrina Espírita. Terapias e propostas que destoam da prática espiritista merecem nosso respeito, mas não deverão ser abraçadas sob o risco de confundir mais do que esclarecer aquele que busca roteiro seguro.
Quanto à qualificação, é importante entender que não significa elitizar, intelectualizar, mas equipar de recursos para fazer bem aquilo que se pretende executar no âmbito da instituição, evitando-se tão somente a “boa vontade”.
Por fim, a imperiosa necessidade de humanização: desenvolver o sentimento de humanidade, de solidariedade. Não temos como vislumbrar um Centro Espírita cumprindo sua abençoada tarefa de iluminar consciências sem o toque especial do amor, o sentimento por excelência, que resume inteiramente a doutrina de Jesus e nos convida a olhar o outro como irmão de caminhada rumo à perfeição.
Assim, as instituições espíritas da atualidade são convocadas a manterem sua fidelidade a Kardec, favorecendo o aperfeiçoamento contínuo de seus colaboradores e possibilitando, como bem afirma Suely Caldas Schubert, na obra Dimensões Espirituais do Centro Espírita, que o Espiritismo seja introjetado no mundo íntimo e passe a ser projetado na vivência da pessoa, cumprindo desta forma seu grandioso papel de despertar o Espírito para o Bem e para o Belo em tempos de tanta carência do amor exemplificado pelo Cristo Jesus.
O AUTOR
Secretário e Coordenador da Área da Família da FEMAR. Trabalhador da área de Estudo. Vice-presidente do Centro Espírita Luz, Caridade e Amor, em São Luís-MA, onde colabora nas áreas de Estudo, DIJ e Comunicação. Expositor espírita. É coordenador Adjunto da Área da Família da Comissão Regional Nordeste (CFN/FEB).